domingo, 28 de fevereiro de 2021

Igreja, Corpo Místico de Cristo

    


    Ora, vós sois o Corpo Místico de Cristo e cada um, de sua parte, é um de seus membros(1Cor 12-27). Ele Jesus Cristo é a cabeça do corpo que é a Igreja(CL 1,18).

    Porque, como o corpo  é um todo tendo muitos membros, e todos os membros do corpo formam um só corpo, assim também é Cristo. Em um só Espírito fomos batizados todos nós, para formar um só corpo, judeus ou gregos, escravos ou livres; e todos fomos impregnados do mesmo Espirito. Assim, o corpo não consiste em um só membro, mas em muitos. Se o pé dissesse:" Eu não a mão, por isso não sou do corpo", acaso deixaria ele de ser do corpo? E se a orelha dissesse: "Eu não sou o olho", deixaria ela de ser do corpo? Se o corpo todo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se fosse todo ouvido, onde estaria o olfato? Mas, Deus dispôs no corpo dos membros cada um como lhe aprouve. Se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo?  Há pois muitos membros, mas um só corpo. O olho não pode dizer a mão "Eu não preciso de ti", nem a cabeça aos pés "Não necessito de vós". Antes pelo contrário, os membros do corpo que parecem os mais fracos, são os mais necessários. Se um membro sofre todos padecem com ele; e se um membro é tratado com carinho, todos os outros se congratulam com ele, isso é mistério da fé.

    Desde os primeiros tempo do Cristianismo o conceito de Corpo Místico de Cristo, foi objeto de comentário e desenvolvimento pelos padres da Igreja.

    Santo Agostinho(apud CIC 795) assim se referia a ele:

    Congratulemo-nos e demos graças pelo fato de nos termos tornado não apenas cristão, mas o próprio Cristo. Estais, compreendendo, irmãos, a graça que Deus nos fez, dando-vos Cristo por cabeça? Admirai e alegrai-vos: nós tornamo-nos  Cristo. Com efeito, uma vez que Ele é a cabeça e nós os membros, o homem completo é Ele e nós(...).A plenitude de Cristo é portanto, a cabeça e os membros. Que quer dizer : A cabeça e os membros? Cristo e a Igreja.

    A igreja é também esposa mística de Cristo. Esta doutrina tem intima ligação com a do corpo Místico. Efetivamente "de todas as relações entre os homens nenhuma prende de maneira mais forte do que o vinculo do matrimônio(...) [e Deus quis assim] dar uma mensagem de sua intima relação com a igreja de seu imenso amor para conosco", como como nos ensina sinteticamente o CIC 796.

    O profeta João Batista anunciou que o próprio Senhor se designou como o "Esposo" e ele apresenta a igreja e cada fiel como uma esposa "desposada" com Cristo Senhor, para tornar com Ele um só Espirito. Ela é a Esposa Imaculada do Cordeiro Imaculado que Cristo amou, pelo qual se entregou "para a santificar" (CIC 5,26) que associou a si por uma aliança eterna, e a qual não cessa de prestar cuidados como ao seu próprio corpo.

    É preciso que nos acostumemos a ver na igreja o próprio Cristo. Pois, é Cristo que vive na sua igreja, por ela ensina, governa e santifica. A verdadeira força da igreja esta  em ser o Corpo Místico de Nosso Senhor Jesus Cristo, diz Plínio Corrêa de Oliveira (2002a: 147) no seu famoso ensaio "Revolução e Contra Revolução".



Fontes de pesquisa:

arquidiocesedeonlindarecife.org

Catecismo da Igreja Católica


Ana Merice Nicolau

G.O. Filhos de Maria

    

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Patrística

 


    Chamamos de “Padres da Igreja” (Patrística) aqueles grandes homens da Igreja, aproximadamente do século II ao século VII, que foram no Oriente e no Ocidente como que “Pais” da Igreja, no sentido de que foram eles que firmaram os conceitos da nossa fé, enfrentaram muitas heresias e, de certa forma foram responsáveis pelo que chamamos hoje de Tradição da Igreja; Padre ou Pai da Igreja, se refere a um escritor leigo, sacerdote ou bispo, da Igreja antiga, considerado pela Tradição como uma testemunha da fé.

    Normalmente se considera o período da Patrística o que vai dos Apóstolos até S. Isidoro de Sevilha (560-536) no Ocidente; e até a morte de S. João Damasceno (675-749), no Oriente, o gigante que corajosamente combateu o iconoclasmo (A Grande preocupação dos iconoclastas era de ordem política e religiosa, uma vez que almejavam evitar a aproximação entre os povos que possuíam outras religiões, em detrimento da religião católica, e, além disso, temiam o poder e influência econômica e política da Igreja, que cada vez mais se expandia pelo Império Bizantino com a construção de mosteiros, igrejas, templos.

    Do grego, a palavra Iconoclasta surge da união dos termos “eikon” (imagem) e “klastein” (quebrar) que significa “quebrador de imagem”, ou seja, os iconoclastas se opõem as crenças baseadas nas imagens de Cristo, Virgem Maria, santos, anjos, líderes religiosos, dentre outros).  Esses gigantes da fé católica ao longo desses sete séculos defenderam e formularam a fé, a liturgia, a catequese, a moral, a disciplina, os costumes e os dogmas cristãos; por isso são chamados de “Pais da Igreja” porque lhes traçaram o caminho. Quando o Papa João Paulo II esteve no Brasil a primeira vez em 1981 se referiu a eles dizendo que “são eles os melhores intérpretes da Sagrada Escritura”. Então, precisamos conhecer os seus ensinamentos para podermos compreender melhor a Bíblia.

    Chamamos de patrologia o estudo sobre a vida, as obras e a doutrina desses Pais da Igreja. No século XVII criou-se expressão a “teologia patrística” para indicar a doutrina dos Padres.

    Certa vez disse o Cardeal Henri de Lubac: “Todas as vezes que, no Ocidente tem florescido alguma renovação, tanto na ordem do pensamento como na ordem da vida – ambas estão sempre ligadas uma à outra – tal renovação tem surgido sob o signo dos Padres”.

    Esses gigantes da fé e da Igreja, souberam fixar para sempre o que Jesus nos deixou através dos Apóstolos. Eles foram obrigados a enfrentar as piores heresias que a Igreja conheceu deste o seu início. Nesta luta eles amadureceram os conceitos teológicos uma vez que tiveram de enfrentar muitos hereges, de dentro da própria Igreja, especialmente  nos Concílios Ecumênicos. Neste combate árduo em defesa da fé, onde muitos foram perseguidos, exilados e até martirizados, eles formularam a fé que hoje professamos sem erro.

    Desde o primeiro século já encontramos o gigante de Antioquia, Santo Inácio (†107), provavelmente sagrado Bispo pelo próprio São Pedro. Santo Inácio nos deixou as suas belas Cartas escritas às comunidades por onde passou no caminho que o levou ao martírio em Roma, no Coliseu, desde Antioquia. A caminho do martírio ele escreveu belas cartas aos romanos, magnésios, tralianos, efésios, erminenses e a S. Policarpo, bispo  e mártir de Esmirna.

    No segundo século encontramos o grande Santo Irineu de Lião (†200) enfrentando os gnósticos que sorrateiramente penetraram na Igreja e ameaçavam destruir a fé cristã. Contra eles S. Irineu escreveu uma longa obra “Contra os Hereges”. Tão difícil foi esse combate que o Santo o comparou a alguém que precisa cortar todas as árvores de uma floresta para finalmente poder captar a fera que nela se esconde.

    Os Padres da Igreja tiveram uma participação fundamental nos primeiros Concílios Ecumênicos, como o de Nicéia, no ano 325, que condenou o arianismo que negava a divindade de Jesus; o Concílio de Constantinopla I, em 381, que condenou o macedonismo que negava a divindade do Espírito Santo; e os outros concílios que enfrentaram e condenaram as heresias cristológicas e trinitárias.

    Os Padres da Igreja estiveram um tanto esquecidos, mas a partir dos anos 40 surgiu na Europa, de modo especial na França, um forte movimento voltado à Patrística. Esse movimento foi liderado pelo Cardeal Henri de Lubac e Jean Daniélou, o qual deu origem à coleção “Sources Chréstiennes”, com mais de 300 títulos.

    No Concílio Vaticano II cresceu ainda mais esse movimento de redescoberta da Patrística por causa do desejo da renovação da liturgia, da exegese, da espiritualidade e da teologia a partir dos primórdios da Igreja. Foi a sede de “voltar às fontes” do cristianismo.

    Desses Padres , alguns foram Papas, nem todos; a maioria foi bispo, mas há diáconos,  presbíteros e até leigos. Entre eles muitos foram titulados de Doutor da Igreja, sempre por algum Papa, por terem ensinado de maneira extraordinária os dogmas e as verdades da nossa fé.

    Quero apresentar aqui ao menos uma relação, ainda que incompleta, desses gigantes da fé e da Igreja, que souberam fixar para sempre o que Jesus nos deixou através dos Apóstolos. Ao todo os Doutores da Igreja até hoje são 33, 30 homens e 3 mulheres, mas nem todos da época da Patrística.

S. Clemente de Roma (†102), Papa (88-97)

Santo Inácio de Antioquia (†110)

São Policarpo de Esmira (†156)

Pastor de Hermas (†160)

Aristides de Atenas (†160)

S. Hipólito de Roma (160-235)

São Justino (†165)

Militão de Sardes (†177)

Atenágoras (†180)

S. Teófilo de Antioquia (†181)

Orígenes de Alexandria (184-254)

Santo Ireneu (†202)

Tertuliano de Cartago (†220)

S. Clemente de Alexandria (†215)

Metódio de Olimpo (Sec.III)

S. Cipriano de Cartago (210-258)

Novaciano (†257)

S. Atanásio – (295-373), Alexandria .

S. Efrém – (306-373), diácono,Mesopotânia

S. Hilário de Poitiers – (310 – 367) – bispo e doutor, Poitiers.

S. Cirilo de Jerusalém – (315-386) – bispo e doutor, Jerusalém.

S. Basílio Magno (330 – 369) – bispo e doutor, Cesaréia.

S. Gregório Nazianzeno – (330 – 379) bispo e doutor, Nazianzo.

S. Ambrósio – (340 – 397), bispo e doutor "Treves" Itália.

Eusébio de Cesaréia (340)

S. Gregório de Nissa (340)

Prudêncio (384-405)

S. Jerônimo ( 348 – 420), presbítero e doutor – Strido, Itália.

S. João Crisóstomo – (349 – 407), bispo e doutor – Antioquia.

S. Agostinho – (354 – 430), bispo e doutor – Tagaste – Tunísia.

S. Cirilo de Alexandria – (370 – 442), bispo e doutor – Egito.

S. Pedro Crisólogo – (380 – 451), bispo e doutor, Imola – Itália.

S. Leão Magno – (400 – 461), papa e doutor, Toscana,Itália.

S. Paulino de Nola (431)

Sedúlio (sec V)

S. João Cassiano (360-435)

S. Vicente de Lerins (450)

S. Bento de Núrcia (480-547)

Venâncio Fortunato (530-600)

S. Ildefonso de Toledo (617-667)

S. Máximo Confessor (580-662)

    Meus irmãos e irmãs, procuremos estudar um pouco daquilo que eles disseram e escreveram, a fim de que possamos melhor conhecer a Tradição da igreja.


Fontes de pesquisa: https://comshalom.org/quem-sao-os-padres-da-igreja/ 

 Blob.cancaonova.com


Ana Merice Nicolau

G.O. Filhos de Maria

sábado, 13 de fevereiro de 2021

O POVO ELEITO

     


    Mas vós sois a gente escolhida, o sacerdócio régio, a nação santa, o povo que Ele adquiriu a fim de que proclameis os grandes feitos daquele que vos chamou das trevas para a luz maravilhosa. Vós sois aqueles que antes não eram povo, agora porém são povo de Deus; os que não eram objeto de misericórdia, agora porém alcançaram misericórdia (1Pd 2, 9-10).

    CIC 63- Israel é o povo sacerdotal de Deus, "aquele que traz o nome do Senhor" (Dt 28). É o povo daqueles "aos quais" Deus falou em primeiro lugar, o povo dos "irmãos mais velhos" da fé de Abraão.

    CIC 64 - Por meio dos profetas, Deus forma seu povo na esperança da salvação, na expectativa de uma Aliança Nova e Eterna, destinada a todos os homens, e que será impressa nos corações.

    CIC 781 - Em qualquer época e em qualquer povo, é aceito por Deus todo aquele que o teme e pratica a justiça. Aprouve, contudo, a Deus santificar e salvar os homens não singularmente sem nenhuma conexão com os outros, mas constituí-los num povo, que o conhecesse na verdade e santamente o servisse. Escolheu, por isso, Israel como seu povo. Estabelecendo com eles uma aliança... Tudo isso, porem, aconteceu em preparação e figura para aquela nova e perfeita aliança que se estabeleceria em Cristo...Esta é a Nova Aliança, isto é o Novo Testamento em seu sangue, chamando entre judeus e gentios um povo que junto crescesse na unidade, não segundo a carne, mas o "Espirito".

782. Características do Povo de Deus:

  • O povo de Deus tem características que o distingui nitidamente de qualquer agrupamento. 
  • Ele é o povo de Deus. Este povo tem  por cabeça Jesus Cristo (ungido, Messias); pelo fato de a mesma unção, o Espirito Santo, fluir da cabeça para o corpo, ele é o povo "Messiânico|".
  • A pessoa torna-se membro desse corpo, não pelo nascimento físico, mas pelo nascimento do alto," da água e do espirito"(Jo 3,35), isto é, pela fé em Cristo e pelo Batismo.
  • A condição deste povo é a dignidade e liberdade dos filhos de Deus; nos corações como em um templo, reside o Espirito Santo.
  • Sua lei é o mandamento novo de amar como Cristo nos amou. "É a lei nova do Espirito Santo".
  • Sua missão é ser o sal da terra e a luz do mundo. Ele constituiu para todo genero humano o mais forte gene de unidade , esperança e salvação.
  • Finalmente sua meta é o Reino de Deus, iniciado na terra por Deus mesmo, Reino a ser estendido mais e mais até que no fim dos tempos, seja consumado por Deus mesmo.

    783 -Jesus Cristo é aquele que o Pai ungiu com o Espirito Santo e que constitui uma raça eleita, um sacerdócio, régio, uma nação santa(1Pd 2, 9). Portanto, Sacerdote, Profeta e Rei, o povo de Deus inteiro, participa dessas três funções de Cristo e assim a responsabilidade de missão e de serviço que dai decorrem.

    Todos os que renasceram em Cristo obtiveram pelo sinal da cruz, a dignidade real e pela unção do Espirito Santo, receberam a consagração sacerdotal. Por isso, não obstante, o serviço especial do vosso ministério, todos os cristãos foram instituídos de um carisma espiritual que os torna membros dessa família. 

    O desejo de Deus para seu povo é que ensinem os outros sobre Ele, seu desejo é que sejamos povo distintos, uma nação de pessoas que guia outras em direção á sua providencia, prometida no redentor , salvador Jesus Cristo.

Fontes de pesquisa: 

Bíblia sagrada

CIC- Catecismo da Igreja Católica


Ana Merice Nicolau Leite

G.O. Filhos de Maria

sábado, 6 de fevereiro de 2021

OS PRIMEIROS CRISTÃOS - COMO VIVIAM

  


  No livro dos Atos dos Apóstolos cap. 2,42 , São Lucas testemunha como os discípulos viviam: "Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, nas reuniões em comum, na fração do pão e nas orações". Gestos simples e tão profundamente significativos, mas fundamentais para os primeiros valentes seguidores de Jesus.

    5 Fundamentos primordiais os definiam:

1. Eles se formavam na sua fé: 

    Ouviam e procuravam assimilar e colocar em prática os ensinamentos dos apóstolos, que refletiam as palavras do próprio Jesus, tinham grande interesse em aprender sobre a fé.

    Afinal, só se pode amar aquilo que se conhece.

2. Participavam de uma comunidade:

    Em Atos 1.14 e 2, São Lucas relata como eles viviam em unidade3 de mente e coração.

    A fraternidade consiste em nos reconhecermos como irmãos, filhos do mesmo Pai, "Pai Nosso". É necessário ser dócil ao Espirito Santo para a abertura e acolhimento ao próximo, sem distinção, pois o Senhor não faz acepção de pessoas.

3. Recebiam Jesus na Eucaristia:

    A "fração do Pão" na vida dos primeiros cristãos era o ápice central, se reuniram para o ágape fraterno, para receber o corpo de Cristo como Ele próprio havia pedido que o fizessem em sua memória. A Eucaristia está no coração  e na vida pessoal e comunitária do verdadeiro cristão.

    No CIC nº 1324 diz "A Eucaristia é fonte e ápice de toda vida cristã" Pois, a Eucaristia contém todo o bem espiritual da igreja , a saber o próprio Cristo.

    Pela Eucaristia já nos unimos ao céu, e antecipamos a vida eterna, quando Deus será tudo em todos.(1Cor 15,28).

4. Rezavam juntos:

    Correndo risco de vida e sob sangrenta perseguição eles venciam todo tipo de medo e desafios, mas se reuniam com coragem e confiança em Deus para rezar em família e em comunidade, rezavam juntos e uns pelos outros.

5.Viviam com alegria e simplicidade:

    Em Atos 2,42-47 diz que os primeiros cristãos descobriram que a alegria aconteceria em primeiro lugar na vontade de Deus. Assim, partilhando tudo o que possuíam, viviam na simplicidade, eram felizes, perseverantes e bem unidos(vers. 46)

    Tinham um coração livre de apegos, por isso eram alegres e felizes! O cristão e sua fé é compromisso permanente com uma pessoa Jesus Cristo.

Fonte: Club.cancaonova.com

Catholicos.org.br

Ana Merice Nicolau

G.O. Filhos de Maria