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quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Carta de Padre Pio a Raffaelina Cerase, 23 de fevereiro de 1915.



    Em São Paulo, esses dois sentimentos vinham da caridade perfeita. O de ser dissolvido para se juntar a Jesus Cristo em perfeita união na glória, o que lhe seria melhor, ou seja, era mais desejável do que continuar a viver nesta terra; e este desejo foi movido unicamente pela caridade perfeita que ele tinha por seu Deus. Por outro lado, o outro sentimento ou desejo também vinha de uma caridade perfeita, mas cujo objetivo imediato era a salvação dos outros. Em outras palavras, esse desejo foi motivado pelo objeto principal, Deus, mas refletiu-se pela reflexão na salvação das almas. O primeiro desejo, isto é, ser dissolvido deste corpo, ele o vê e o considera mais útil para si mesmo, e o deseja com todo o ardor com que uma alma justa pode querer unir-se ao seu Deus. Por outro lado, o segundo desejo, isto é, partir, ou melhor, continuar vivendo em meio ao trabalho e ao cansaço para buscar a salvação das almas, ele, cheio do espírito de Jesus Cristo, considera mais necessário outros, ou melhor, tendo tido a revelação (como parece deduzir-se do que diz logo a seguir, e o próprio facto parece confirmar a minha interpretação, porque não foi martirizado nessa altura, mas recuperou a liberdade) de que não morrer então, ele se resigna e o sofre pela salvação das almas, como um filho que ama seu pai com ternura se submete, por causa de sua afeição por ele, a todas as humilhações e também ao cumprimento exato de certos serviços muito baixos que seu pai gosta de impor a ele. Este filho terno faz de tudo, não só para não contrariar o desejo do pai em nada, mas para agradá-lo em tudo.
 
(23 de fevereiro de 1915, a Raffaelina Cerase, Ep. II, 340)

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