sexta-feira, 12 de julho de 2024

Como se tornar um filho espiritual do Padre Pio?

    Padre Pio foi Diretor Espiritual de muitas pessoas que desejavam cada vez mais progredir no caminho de santidade, sob a sua especial orientação e proteção ele os chamava de seus “Filhos Espirituais”.




    Desde a morte de Padre Pio em 1968, o Convento Santa Maria delle Grazie em San Giovanni Rotondo estendeu esse privilégio a todos aqueles que procuram viver uma vida de graça e aumentar cada vez mais a fé por meio de sua inspiração.

Por isso, você também pode tornar-se Filho Espiritual de Padre Pio! Saiba como:

Condições para fazer parte da Associação dos Filhos Espirituais de Padre Pio de Pietrelcina:

1) Viver intensamente sob a graça divina.

2) Provar sua fé através de palavras e ações, levando uma vida verdadeiramente cristã.

3) Desejar permanecer sob a proteção de Padre Pio e participar dos frutos de suas orações e sofrimentos.

4) Imitar as virtudes de Padre Pio, particularmente seu amor por Jesus Crucificado, pelo Santíssimo Sacramento, por Nossa Senhora, pelo Papa e por toda a Igreja.

5) Ter um sincero espírito de caridade para com todos.

Se você concorda com as condições acima e deseja inscrever-se na Associação dos Filhos Espirituais de Padre Pio, faça o download da ficha abaixo. Para que seja registrado no Convento de Padre Pio, envie esta ficha preenchida e assinada pelo correio para:

Convento Santa Maria delle Grazie

71013 – San Giovanni Rotondo, FG

Italia

👉  CLIQUE AQUI para fazer o Download do arquivo.


Referência: https://encontrocomcristo.com.br/como-ser-adotado-oficialmente-como-filho-espiritual-do-padre-pio/

Arquidiocese de São Sebastião do Ri de Janeiro recebeu as relíquias de São Padre Pio.

    Entre os dias 2 e 4 de maio de 2024, as relíquias de São Padre Pio de Pietrelcina estiveram presentes pela primeira vez na Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. As relíquias trazidas consistem em artigos provenientes de São Padre Pio como as crostas de suas feridas, a gaze de algodão com manchas de sangue, uma mecha de seu cabelo, sua luva e até um pedaço do seu manto. 

    Apesar dos fiéis não poderem pegar ou beijar as relíquias, esse foi um momento importante de fé, de renovar a fé e pedir a intercessão deste grande santo. O Cardeal Orani Tempesta falou sobre o momento: "A oportunidade em venerar as relíquias de São Padre Pio certamente aumentará o fervor da fé em nossos fiéis, a parcela do rebanho de Cristo a nós confiada."

Foto: Relíquias - Vatican News

As relíquias foram apresentadas em coletiva de imprensa na Sede da Arquidiocese de São Sebastião, na Glória, e contou com a presença do Cardeal Orani Tempesta, do Monsenhor André Sampaio, vigário episcopal para as irmandades e Luciano Lamonarca, Fundador e CEO da Fundação São Padre Pio. 

Foto: Coletiva - Vatican News


Referência: https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2024-05/arquidiocese-rio-janeiro-recebeu-reliquias-padre-pio.html


sexta-feira, 17 de maio de 2024

Abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II




    O Concílio Vaticano II foi o 21° Concílio Ecumênico da Igreja Católica, convocado no dia 25 de dezembro de 1961, por meio da Constituição Apostólica "Humanae salutis", pelo então Papa da época, João XXIII. Ele foi o responsável por convocar o Concílio e a sua inauguração no dia 11 de outubro de 1962. O Concílio teve 4 sessões - onde foram convocados mais de 2 mil prelados de todo o mundo - e tendo o seu término no dia 8 de dezembro de 1965, com a Igreja Católica já sob o governo do Papa Paulo VI.

    Veja essa relíquia e nos ajude a crescer as nossas mídias sociais, seguindo, comentando, curtindo e compartilhando.

    Deus abençoe a todos!

sábado, 4 de maio de 2024

HOMILIA DE JOÃO PAULO II DURANTE A CERIMÓNIA DE BEATIFICAÇÃO DE PADRE PIO DE PIETRELCINA

 


Credit Voce di Padre Pio GiugnoLuglio 1999 _ Telereadiopadrepio.it




HOMILIA DE JOÃO PAULO II DURANTE A CERIMÓNIA DE BEATIFICAÇÃO DE PADRE PIO DE PIETRELCINA

Domingo, 2 de Maio de 1999


«Cantemos ao Senhor um cântico novo!».

1. O convite da antífona de entrada exprime bem a alegria de muitos fiéis, que há tempo esperam a elevação de Padre Pio de Pietrelcina às honras dos altares. Este humilde frade capuchinho surpreendeu o mundo, com a sua vida inteiramente consagrada à oração e à escuta dos irmãos.

Inúmeras pessoas foram ao seu encontro no convento de San Giovanni Rotondo e a peregrinação, mesmo depois da sua morte, não cessou. Quando eu era estudante aqui em Roma, tive ocasião de o conhecer pessoalmente e agradeço a Deus ter-me dado hoje a possibilidade de o inscrever no álbum dos Beatos.

Hoje de manhã repercorremos os traços salientes da sua experiência espiritual, guiados pelos textos da Liturgia deste quinto domingo de Páscoa, no interior da qual se coloca o rito da sua beatificação.

2. «Não se turve o vosso coração: crede em Deus, crede também em Mim» (Jo 14, 1). Na página evangélica há pouco proclamada, escutámos estas palavras de Jesus aos seus discípulos, necessitados de encorajamento. Com efeito, a referência à Sua morte já próxima desanimou-os. Eles tinham medo de ser abandonados, de ficar sozinhos, e o Senhor confortou-os com uma promessa específica: «Vou preparar-vos um lugar» e depois «virei outra vez e levar-vos-ei Comigo para que, onde Eu estiver, estejais também vós» (Jo 14, 2-3).

A esta certeza os Apóstolos respondem pelos lábios de Tomé: «Senhor, não sabemos para onde vais; como podemos saber o caminho?» (Jo 14, 5). A observação é pertinente e Jesus não ignora a pergunta que nela é implícita. A resposta que Ele dá permanecerá nos séculos como uma luz límpida para as gerações vindouras: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai senão por Mim» (Jo 14, 6).

O «lugar» que Jesus vai preparar está na «casa do Pai»; ali o discípulo poderá estar para toda a eternidade com o Mestre e participar da Sua mesma alegria. Contudo, para alcançar a meta, o caminho é um só: Cristo, ao qual o discípulo se deve conformar cada vez mais. A santidade consiste precisamente nisto: já não é o cristão que vive, mas é o próprio Cristo que vive nele (cf. Gl 2, 20). Meta exaltante, acompanhada por uma promessa igualmente consoladora: «Aquele que acredita em Mim fará também as obras que Eu faço; e fará obras maiores do que estas, porque Eu vou para o Meu Pai» (Jo 14, 12).

3. Enquanto escutamos estas palavras de Jesus o nosso pensamento dirige-se ao humilde frade capuchinho de Gargano. Com que evidência estas se realizaram no Beato Pio de Pietrelcina!

«Não se turve o vosso coração: crede...». O que foi a vida deste humilde filho de São Francisco, senão um constante exercício de fé, corroborado pela esperança do Céu, onde poder estar com Cristo?

«Vou preparar-vos um lugar... para que onde Eu estiver, estejais vós também». Que outra finalidade teve a duríssima ascese a que Padre Pio se submeteu desde a adolescência, senão a progressiva identificação com o divino Mestre, para estar «lá onde Ele estava»?

Quem ia a San Giovanni Rotondo para participar na sua Missa, para lhe pedir conselho ou se confessar, vislumbrava nele uma imagem viva de Cristo sofredor e ressuscitado. No rosto de Padre Pio resplandecia a luz da ressurreição. Marcado pelos «estigmas», o seu corpo mostrava a íntima conexão entre morte e ressurreição, que caracteriza o mistério pascal. Para o Beato de Pietrelcina, a participação na Paixão teve matizes de especial intensidade: os singulares dons que lhe foram concedidos e os sofrimentos interiores e místicos que os acompanharam consentiram-lhe viver uma extraordinária e constante experiência dos sofrimentos do Senhor, na imutável consciência de que «o Calvário é a montanha dos Santos».

4. Não menos dolorosas, e humanamente talvez ainda mais fortes, foram as provações que teve de suportar como consequência, dir-se-ia, dos seus singulares carismas. Na história da santidade às vezes acontece que o escolhido, por especial permissão de Deus, é objecto de incompreensões. Quando isto se verifica, a obediência torna-se para ele crisol de purificação, vereda de progressiva assimilação a Cristo, refortalecimento da santidade autêntica. A esse respeito, o novo Beato escrevia a um seu superior: «Só trabalho para vos obedecer, tendo-me feito conhecer o bom Deus, a coisa que Ele mais aceita e o que para mim é o único meio para esperar saúde e cantar vitória» (Epist. I, pág. 807).

Quando sobre ele se abateu a «tormenta», estabeleceu como regra da sua existência a exortação da primeira Carta de São Pedro, que há pouco escutámos: Aproximai-vos de Cristo, pedra viva» (cf. 1 Pd 2, 4). Deste modo, tornou-se também ele «pedra viva», para a construção do edifício espiritual que é a Igreja. E por isto hoje damos graças ao Senhor.

5. «E vós mesmos, como pedras vivas, entrai na construção dum edifício espiritual» (1 Pd 2, 5). Como parecem pertinentes estas palavras, aplicadas à extraordinária experiência eclesial que se desenvolveu à volta do novo Beato! Muitas pessoas, ao encontrarem-se directa ou indirectamente com ele, reencontraram a própria fé; na sua escola multiplicaram-se em todos os recantos do mundo os «grupos de oração». Àqueles que a ele acorriam, propunha a santidade, repetindo-lhes: «Parece que Jesus não tem outro cuidado senão o de santificar a vossa alma» (Epist. II, pág. 155).

Se a Providência divina quis que ele agisse sem jamais se afastar do seu convento, como que «plantado» aos pés da Cruz, isto não é isento de significado. Certo dia o divino Mestre consolou-o, num momento de particulares provações, dizendo-lhe que «junto da Cruz se aprende a amar» (Epist. I, pág. 339).

Sim, a Cruz de Cristo é a insigne escola do amor: ou melhor, é a própria «fonte» do amor. Purificado pelo sofrimento, o amor deste fiel discípulo atraía os corações a Cristo e ao seu exigente Evangelho de salvação.

6. Ao mesmo tempo, a sua caridade derramava-se como bálsamo sobre as debilidades e sofrimentos dos irmãos. Assim, Padre Pio uniu ao zelo pelas almas a atenção pelo sofrimento humano fazendo-se promotor, em San Giovanni Rotondo, de uma estrutura hospitalar, por ele chamada «Casa Alívio do Sofrimento». Ele a quis como um hospital de primeira categoria, mas sobretudo preocupou-se por que nele se praticasse uma medicina verdadeiramente «humanizada», onde a relação com o doente se caracterizasse pela mais calorosa solicitude e pelo mais cordial acolhimento. Bem sabia que, quem está doente e sofre, tem necessidade não só de uma correcta aplicação dos instrumentos terapêuticos, mas também e sobretudo de um clima humano e espiritual, que lhe consinta redescobrir-se a si mesmo no encontro com o amor de Deus e a ternura dos irmãos.

Com a «Casa Alívio do Sofrimento» ele quis mostrar que os «milagres ordinários» de Deus passam através da nossa caridade. É preciso tornar-se disponível à partilha e ao serviço generoso dos irmãos, servindo-se de todos os recursos da ciência médica e da técnica.

7. O eco que esta beatificação suscitou na Itália e no mundo é sinal de que a fama de Padre Pio, filho da Itália e de Francisco de Assis, alcançou um horizonte que abarca todos os Continentes. É-me grato saudar todos os que aqui vieram, a começar pelas altas Autoridades italianas, que quiseram estar presentes: o Senhor Presidente da República, o Senhor Presidente do Senado, o Senhor Presidente do Conselho dos Ministros, que chefia a Delegação oficial, além de numerosos Ministros e Personalidades. A Itália está deveras representada de maneira digna! Mas também inúmeros fiéis de outras Nações estão aqui reunidos para prestar homenagem a Padre Pio.

A quantos vieram de perto ou de longe dirige-se a minha saudação afectuosa, juntamente com um especial pensamento para os Padres Capuchinhos. A todos um agradecimento cordial!

8. Quereria concluir com as palavras do Evangelho desta Missa: «Não se turve o vosso coração: crede em Deus». Faz eco desta exortação de Cristo o conselho que o novo Beato costumava repetir: «... Abandonai-vos plenamente no coração de Jesus, como uma criança entre os braços da mãe». Possa este convite penetrar também no nosso espírito como fonte de paz, de serenidade e de alegria. Por que devemos ter medo, se Cristo é para nós o Caminho, a Verdade e a Vida? Por que não confiarmos em Deus que é Pai, nosso Pai?

«Santa Maria das Graças», que o humilde capuchinho de Pietrelcina invocou com constante e terna devoção, nos ajude a ter os olhares fixos em Deus. Ela nos tome pela mão e nos incentive a procurar, com todos os esforços, aquela caridade sobrenatural que brota do lado trespassado do Crucificado.

E tu, Beato Padre Pio, volve do Céu o teu olhar sobre nós congregados nesta Praça e sobre quantos estão reunidos em oração na Praça de São João de Latrão e em San Giovanni Rotondo. Intercede por quem, em todas as partes do mundo, se une espiritualmente a este evento elevando a ti as suas súplicas. Vem em socorro de cada um e dá paz e conforto a todos os corações.

Amém!

Fonte: https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/homilies/1999/documents/hf_jp-ii_hom_02051999_padre-pio.html

segunda-feira, 29 de abril de 2024

Recorrer sempre ao anjo da guarda

 


    Você deve saber, Raffaelina, que este bom anjo reza por você: ofereça a Deus todas as boas obras que você faz, seus desejos santos e puros. Nas horas em que lhe parece estar só e abandonado, não lamente por não ter uma alma amiga, a quem possa se abrir e confiar suas dores. Por caridade, não te esqueças deste companheiro invisível, sempre presente para te ouvir, sempre pronto para te confortar. Oh deliciosa intimidade, Oh companhia feliz! Ah, se todos os homens, sem exceção, soubessem compreender e apreciar este grande dom de Deus, que, além de seu amor ao homem, nos atribuiu este espírito celestial! Muitas vezes ele se lembra de sua presença: é preciso contemplá-lo com os olhos da alma, agradecer-lhe, suplicar-lhe. Ele é tão delicado, tão sensível; respeitá-lo. Ele está constantemente com medo de ofender a pureza de seu olhar.

(20 de abril de 1915, a Raffaelina Cerase, Ep. II, 403)


sábado, 30 de março de 2024

De uma antiga Homilia no grande Sábado Santo (Séc. IV)

 
Representação iconográfica de Cristo que, descendo aos infernos, resgata, a partir de Adão e Eva, todos os justos que esperavam a redenção – Foto: fidesecclesiae

A descida do Senhor à mansão dos mortos


Que está acontecendo hoje? Um grande silêncio reina sobre a terra. Um grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o Rei está dormindo; a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque o Deus feito homem adormeceu e acordou os que dormiam há séculos. Deus morreu na carne e despertou a mansão dos mortos.

Ele vai antes de tudo à procura de Adão, nosso primeiro pai, a ovelha perdida. Faz questão de visitar os que estão mergulhados nas trevas e na sombra da morte. Deus e seu Filho vão ao encontro de Adão e Eva cativos, agora libertos dos sofrimentos. 
 
O Senhor entrou onde eles estavam, levando em suas mãos a arma da cruz vitoriosa. Quando Adão, nosso primeiro pai, o viu, exclamou para todos os demais, batendo no peito e cheio de admiração: “O meu Senhor está no meio de nós”. E Cristo respondeu a Adão: “E com teu espírito”. E tomando-o pela mão, disse: “Acorda, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te iluminará. 

Eu te ordeno: Acorda, tu que dormes, porque não te criei para permaneceres na mansão dos mortos. Levanta-te dentre os mortos; eu sou a vida dos mortos. Levanta-te, obra das minhas mãos; levanta-te, ó minha imagem, tu que foste criado à minha semelhança. Levanta-te, saiamos daqui; tu em mim e eu em ti, somos uma só e indivisível pessoa. 
 
Por ti, eu, o teu Deus, me tornei teu filho; por ti, eu, o Senhor, tomei tua condição de escravo. Por ti, eu, que habito no mais alto dos céus, desci à terra e fui até mesmo sepultado debaixo da terra; por ti, feito homem, tornei-me como alguém sem apoio, abandonado entre os mortos. Por ti, que deixaste o jardim do paraíso, ao sair de um jardim fui entregue aos judeus e num jardim, crucificado. 

Vê em meu rosto os escarros que por ti recebi, para restituir-te o sopro da vida original. Vê na minha face as bofetadas que levei para restaurar, conforme à minha imagem, tua beleza corrompida. Vê em minhas costas as marcas dos açoites que suportei por ti para retirar de teus ombros o peso dos pecados. Vê minhas mãos fortemente pregadas à árvore da cruz, por causa de ti, como outrora estendeste levianamente as tuas mãos para a árvore do paraíso. 
 
Adormeci na cruz e por tua causa a lança penetrou no meu lado, como Eva surgiu do teu, ao adormeceres no paraíso. Meu lado curou a dor do teu lado. Meu sono vai arrancar-te do sono da morte. Minha lança deteve a lança que estava dirigida contra ti. 

Levanta-te, vamos daqui. O inimigo te expulsou da terra do paraíso; eu, porém, já não te coloco no paraíso mas num trono celeste. O inimigo afastou de ti a árvore, símbolo da vida; eu, porém, que sou a vida, estou agora junto de ti. Constituí anjos que, como servos, te guardassem; ordeno agora que eles te adorem como Deus, embora não sejas Deus. Está preparado o trono dos querubins, prontos e a postos os mensageiros, construído o leito nupcial, preparado o banquete, as mansões e os tabernáculos eternos adornados, abertos os tesouros de todos os bens e o reino dos céus preparado para ti desde toda a eternidade”. 

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

É preciso abraçar a cruz ainda que não consigamos compreendê-la.

    Tenha sempre isso em mente: que os filhos de Israel passaram quarenta anos no deserto antes de chegar à terra prometida, embora, para esta viagem, seis semanas fossem suficientes. Mas eles não foram autorizados a investigar por que Deus os estava conduzindo por estradas tortuosas e ásperas; e todos os que se rebelaram morreram antes de alcançá-la. O próprio Moisés, que era um grande amigo de Deus, morreu na fronteira da terra prometida, e ele só a viu de longe, sem poder desfrutá-la. Não preste muita atenção ao caminho que você anda; mantenha os olhos sempre fixos naquele que o guia e na pátria celeste para a qual Ele o conduz. Por que se preocupar se será pelos desertos ou pelos campos que você alcançará a meta, desde que Deus esteja sempre com você e você chegue à posse da eternidade abençoada? Acredite em mim, minha boa menina; ele também quer o que você me mostrou; mas faça tudo com calma; e seja paciente enquanto espera pelas misericórdias do Senhor. 

(Carta de 6 de dezembro de 1917, a Antonieta Vona, Ep. III, 828)

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Carta de Padre Pio a Raffaelina Cerase, 23 de fevereiro de 1915.



    Em São Paulo, esses dois sentimentos vinham da caridade perfeita. O de ser dissolvido para se juntar a Jesus Cristo em perfeita união na glória, o que lhe seria melhor, ou seja, era mais desejável do que continuar a viver nesta terra; e este desejo foi movido unicamente pela caridade perfeita que ele tinha por seu Deus. Por outro lado, o outro sentimento ou desejo também vinha de uma caridade perfeita, mas cujo objetivo imediato era a salvação dos outros. Em outras palavras, esse desejo foi motivado pelo objeto principal, Deus, mas refletiu-se pela reflexão na salvação das almas. O primeiro desejo, isto é, ser dissolvido deste corpo, ele o vê e o considera mais útil para si mesmo, e o deseja com todo o ardor com que uma alma justa pode querer unir-se ao seu Deus. Por outro lado, o segundo desejo, isto é, partir, ou melhor, continuar vivendo em meio ao trabalho e ao cansaço para buscar a salvação das almas, ele, cheio do espírito de Jesus Cristo, considera mais necessário outros, ou melhor, tendo tido a revelação (como parece deduzir-se do que diz logo a seguir, e o próprio facto parece confirmar a minha interpretação, porque não foi martirizado nessa altura, mas recuperou a liberdade) de que não morrer então, ele se resigna e o sofre pela salvação das almas, como um filho que ama seu pai com ternura se submete, por causa de sua afeição por ele, a todas as humilhações e também ao cumprimento exato de certos serviços muito baixos que seu pai gosta de impor a ele. Este filho terno faz de tudo, não só para não contrariar o desejo do pai em nada, mas para agradá-lo em tudo.
 
(23 de fevereiro de 1915, a Raffaelina Cerase, Ep. II, 340)

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Para que, então, vivemos? - Parte II


    Continuação - (...) O apóstolo fica feliz em pensar que não será confundido por nada e que de modo algum negligenciará seu dever como apóstolo de Jesus Cristo. Ele também está feliz que em seu corpo, mesmo no meio de todas as cadeias a que está submetido, Jesus será sempre glorificado. Se ele viver, ele exaltará Jesus Cristo por sua vida e sua pregação, também na prisão, como ele havia feito até agora pregando Jesus Cristo aos que estão no Pretório; Se, por outro lado, for martirizado, glorificará a Jesus Cristo oferecendo-lhe o testemunho supremo do seu amor. Por isso, declara abertamente que o seu viver é Cristo, que é para ele a alma e o centro de toda a sua vida, o motor de todas as suas ações, a meta de todas as suas aspirações. E, depois de ter dito que a sua vida é Jesus Cristo, acrescenta também que a sua morte é uma vantagem para ele, porque com o seu martírio dará a Jesus solene testemunho do seu amor, tornará mais inquebrantável a sua união com Jesus, e também aumentar a glória que o espera. O que você diz, Raffaelina, desse jeito de falar? As almas mundanas, não conhecendo os gostos sobrenaturais e celestiais, ouvindo tal linguagem, riem e têm razão! Porque o homem animal, diz o Espírito Santo, não percebe as coisas que são de Deus. Eles, coitados, que não têm outros gostos além do barro e da terra, não podem ter ideia da felicidade que as almas espirituais dizem sentir quando sofrem e morrem por Jesus Cristo. Oh, quão melhor para eles se, em vez de se maravilhar e rir, reconhecessem sua culpa e admirassem, pelo menos em silêncio respeito, a dedicação afetuosa dessas almas, cujos corações estão tão inflamados no amor divino!
 
(23 de fevereiro de 1915, a Raffaelina Cerase, Ep. II, 340)

Extraído do livro: 365 dias com Padre Pio. 

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Para que, então, vivemos?


 
       Para que, então, vivemos? Depois de nos consagrarmos a ele no batismo, somos todos de Jesus Cristo. Portanto, o cristão deve ter como sua a frase deste santo Apóstolo: "Para mim a vida é Cristo", vivo para Jesus Cristo, vivo para a sua glória, vivo para servi-lo, vivo para amá-lo. E quando Deus quiser tirar nossas vidas, o sentimento, o carinho, que devemos ter, deve ser justamente aquele de quem, depois do cansaço, vai receber a recompensa, aquele de quem, depois do combate, vai receber a recompensa. Coroa. 

     Provemos, sim, provemos, ó minha querida Raffaelina, saboreie esta disposição exaltada da alma de tão grande apóstolo! Sim, é verdade que todas as almas que amam a Deus estão dispostas a fazer qualquer coisa por amor ao próprio Deus, tendo a plena convicção de que tudo será para seu próprio benefício. Estejamos sempre preparados para reconhecer em todos os acontecimentos da vida a sábia ordem da providência divina, adoremos e disponhamos de nossa vontade para conformá-la sempre e em tudo à de Deus, pois assim glorificaremos o celestial Pai e tudo será benéfico para nós, para a vida eterna.
 
(23 de fevereiro de 1915, a Raffaelina Cerase, Ep. II, 340)

Extraído do livro: 365 dias com Padre Pio. 

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Meditações diárias das cartas de São Padre Pio - 22 de Janeiro.

    Meu pai, não consigo superar esta dor; no esforço que me envolve, sinto-me aniquilado, sinto-me fraco; e não posso dizer se vivo ou não nesses momentos. Estou fora de mim Dor e doçura se opõem em mim e reduzem minha alma a um desmaio doce e amargo. Os abraços da amada, que neste momento ocorrem com grande profusão e, diria eu, sem pausa e sem medida, não são capazes de extinguir nela o agudo martírio de sentir-se incapaz de suportar o peso de um amor infinito.

(12 de janeiro de 1919, ao Pe. Benedetto da San Marco in Lamis, Ep. Eu, 1111)

Extraído do livro: 365 dias com Padre Pio.