quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Hoje é dia dos Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael!


Miguel, Gabriel e Rafael amigos, protetores e intercessores que do Céu vêm em nosso socorro

Com alegria, comemoramos a festa de três Arcanjos neste dia: Miguel, Gabriel e Rafael. A Igreja Católica, guiada pelo Espírito Santo, herdou do Antigo Testamento a devoção a estes amigos, protetores e intercessores que do Céu vêm em nosso socorro pois, como São Paulo, vivemos num constante bom combate. A palavra “Arcanjo” significa “Anjo principal”. E a palavra “Anjo”, por sua vez, significa “mensageiro”.

São Miguel

O nome do Arcanjo Miguel possui um revelador significado em hebraico: “Quem como Deus”. Segundo a Bíblia, ele é um dos sete espíritos assistentes ao Trono do Altíssimo, portanto, um dos grandes príncipes do Céu e ministro de Deus. No Antigo Testamento o profeta Daniel chama São Miguel de príncipe protetor dos judeus, enquanto que, no Novo Testamento ele é o protetor dos filhos de Deus e de sua Igreja, já que até a segunda vinda do Senhor estaremos em luta espiritual contra os vencidos, que querem nos fazer perdedores também. “Houve então um combate no Céu: Miguel e seus anjos combateram contra o dragão. Também o dragão combateu, junto com seus anjos, mas não conseguiu vencer e não se encontrou mais lugar para eles no Céu”. (Apocalipse 12,7-8)

São Gabriel

O nome deste Arcanjo, citado duas vezes nas profecias de Daniel, significa “Força de Deus” ou “Deus é a minha proteção”. É muito conhecido devido a sua singular missão de mensageiro, uma vez que foi ele quem anunciou o nascimento de João Batista e, principalmente, anunciou o maior fato histórico: “No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré… O anjo veio à presença de Maria e disse-lhe: ‘Alegra-te, ó tu que tens o favor de Deus’…” a partir daí, São Lucas narra no primeiro capítulo do seu Evangelho como se deu a Encarnação.

São Rafael

Um dos sete espíritos que assistem ao Trono de Deus. Rafael aparece no Antigo Testamento no livro de Tobit. Este arcanjo de nome “Deus curou” ou “Medicina de Deus”, restituiu à vista do piedoso Tobit e nos demonstra que a sua presença, bem como a de Miguel e Gabriel, é discreta, porém, amiga e importante. “Tobias foi à procura de alguém que o pudesse acompanhar e conhecesse bem o caminho. Ao sair, encontrou o anjo Rafael, em pé diante dele, mas não suspeitou que fosse um anjo de Deus” (Tob 5,4).

São Miguel, São Gabriel e São Rafael, rogai por nós!

Fonte:http://santo.cancaonova.com/santo/santos-arcanjos-miguel-gabriel-e-rafael/

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

A Transverberação do Coração de São Padre Pio.



De 5 a 7 de agosto de 1918, Padre Pio soube quase ininterruptamente, o que aquele fenômeno chamado misticamente de transverberação.

A transverberação é uma graça extraordinária que alguns santos como Santa Teresa de Jesus e São João da Cruz receberam.

O coração da pessoa escolhida por Deus é traspassado por uma flecha misteriosa ou experimentado como um dardo que ao penetrar deixa atrás de si uma ferida de amor que queima enquanto a alma é elevada aos níveis mais altos da contemplação do amor e da dor.

O padre Pio recebeu esta graça extraordinária no dia 5 de agosto de 1918.

Em grande simplicidade, o padre narrou a seu diretor espiritual o sucedido:

💭“Eu estava escutando as confissões dos jovens a noite do dia 5 de agosto quando, de repente, me assustei grandemente ao ver com os olhos de minha mente a um visitante celestial que se apareceu frente a mim. Em sua mão levava algo que parecia como uma lança larga de ferro, com uma ponta muito aguda. Parecia que saia fogo da ponta. Vi a pessoa fundir a lança violentamente em minha alma. Apenas pude queixar-me e senti como que se morresse. Disse ao menino que saísse do confessionário, porque me sentia muito enfermo e não tinha forças para continuar. Este martírio durou sem interrupção até a manhã do dia 7 de agosto.

Desde esse dia sinto uma grande aflição e uma ferida em minha alma que está sempre aberta e me causa agonia.

Em 9 de agosto de 1912, assim escreveu a Padre Agostinho:

“Sinto pois, meu padre, que o Amor me vencerá finalmente; a alma corre o risco de dividir-se do corpo pela razão que não posso amar Jesus o suficiente na terra. Sim, minha alma está ferida de amor por Jesus; sou doente de amor; experimento continuamente a dor de amar, aquele ardor que queima e não se consome. Sugeri-me, se autoriza, o remédio para a atual estado de minha alma. Aqui está uma fraca imagem daquilo que Jesus opera em mim. À maneira que uma torrente arrasta bruscamente na profundidade do mar todos que encontra em seu curso, assim a minha alma é aprofundada no oceano, sem demora, reencontrando o amor de Jesus, sem mérito algum meu e sem me dar razão, seduz para dentro de Si todo o Seu tesouro”.

Em 12 de agosto deste mesmo ano:

💭 “Estava na Igreja para fazer o agradecimento pela Missa quando, de repente, senti o coração ser ferido por um dardo de fogo, vivo e ardente, que pensei matar-me. Me faltam as palavras corretas para fazê-lo compreender a intensidade daquela chama: estou bastante impotente para poder expressar-me. Acredita? A alma, vítima desta consolação, ficou muda. Parecia que uma força invisível submergisse toda naquele fogo… Meu Deus, que fogo!… Um segundo, minha alma já havia sido separada do corpo… Andava com Jesus”

Fonte: https://padrepauloricardo.org/episodios/o-que-e-a-transverberacao

Na foto: Hábito que o Padre Pio usava no dia 20 de setembro de 1918. Dia que recebeu os estigmas visíveis.





Os Estigmas de São Padre Pio.

Foram cinco as chagas de Cristo durante a crucificação: uma em cada mão, uma em cada pé e uma do lado do coração. Ao longo da história do cristianismo, alguns santos receberam de Deus os chamados “estigmas”: a graça de sofrer as chagas de Cristo no próprio corpo não só espiritual, mas fisicamente, de modo visível ou invisível.

No dia 20 de setembro de 1910, o padre Pio de Pietrelcina recebeu os estigmas invisíveis. Em 1918, as chagas ficaram visíveis e duraram nada menos que cinquenta anos, até 23 de setembro de 1968.

O próprio padre Pio relata o misterioso dom em muitas de suas cartas. Durante anos e anos, ele foi literalmente estudado e analisado por diversos médicos, entre eles o doutor Giorgio Festa, um dos mais renomados médicos de Roma. No começo, o Dr. Giorgio era agnóstico. No começo… Depois, ele se tornou filho espiritual do padre Pio e relatou o seguinte diagnóstico:

“Do lado esquerdo do tórax, há um ferimento em feitio de cruz (…) Nessa região não se verifica o menor vestígio de infecção, edema ou inflamação da pele que circunda o ferimento. Essas feridas, com suas estranhas características anatômicas e patológicas, mais a constância com que vertem sangue vivo e perfumado, estão localizadas em pontos de seu corpo que correspondem às chagas do Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo”.

Outro médico bastante reconhecido, o Dr. Romanelli, concluiu depois de estudar o caso do padre Pio:

“Exclui-se que a etiologia das lesões do Padre Pio seja de origem natural. O agente produtor deveria ser buscado, sem medo de equivocar-nos, no sobrenatural, já que o fato constitui por si mesmo um fenômeno inexplicável a partir da ciência humana sozinha”.

Os estigmas causavam a São Padre Pio um intenso e constante sofrimento que interferia em todo o seu dia-a-dia: ele sequer podia fechar as mãos. As feridas o impediam de escrever bem, porque ele não podia firmar os dedos na caneta. Não podia segurar com firmeza objeto algum. Não podia carregar peso. Não podia sequer pegar uma cadeira e mudá-la de lugar. Por causa do sangue, precisava usar luvas de malha de cor marrom durante o dia e de cor branca durante a noite. Para lavar o rosto, precisava de luvas impermeáveis. Ele próprio fazia a assepsia de suas feridas. Não podia inclinar-se: a chaga do tórax logo começava a sangrar. Para vestir a camiseta, o hábito e o capuz franciscano, São Padre Pio precisava de ajuda.

Parece que havia uma ligação entre o seu sofrimento e a sua eficácia ministerial: quanto mais ele sofria, mais conseguia a conversão de grandes pecadores.

Ele mesmo dizia aos seus dirigidos espirituais: “As almas custam sangue”.

Como já tinha dito São Paulo, “eu completo na minha carne o que falta aos sofrimentos de Cristo”.

Fonte: http://pt.aleteia.org/2015/09/23/os-estigmas-de-sao-padre-pio/

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

HISTORICO DO ULTIMO DIA DE PADRE PIO




Após as 8:00 hs - Missa na cripta da igreja de Santa Maria das Graças foi abençoado pelo Padre Clemente da Santa Maria em Punta.

Cerca de 10:30 Padre Pio apareceu na janela do antigo coro para abençoar a multidão. As pessoas acenavam lenços e gritando "Viva Padre Pio".

Às 11:00 hs celebrou sua ultima missa


Após o meio-dia ele almoçou de um pouco de massa e espinafre em seu quarto.

Às 18 horas Padre Pio pediu para ser levado para a varanda com vista para a grande igreja, onde a missa foi celebrada. Depois da Missa, ele mal tinha força para levantar o braço para abençoar as pessoas. Ele voltou para seu quarto, onde ele acenou com lenço para uma imensa multidão que estava com tochas e velas em suas mãos.

Ele disse ao padre Raffaele : "Eu pertenço mais ao outro mundo do que este. Ore ao Senhor para que eu possa morrer. " Vendo Padre Pio de dor terrível, Padre Raffaele convocou dr. Bruno Pavoni da Casa Alívio do Sofrimento perguntando por que ele não receitou nenhum medicamento a Padre Pio , o qual respondeu que padre Pio não quis remédio nenhum. Padre Raffaele voltou ao Padre Pio, beijou e abraçou-o. Padre Pio estendeu a mão, abraçou-o, e devolveu o beijo. Ele disse: "Obrigado por tudo . Que o Senhor vos recompense por seu amor ".

As últimos cinco horas de Padre Pio

O relato das últimas horas do Padre Pio é melhor contada nas palavras do Padre Pellegrino, o frade que era a vez de ajudá-lo naquela noite.

Padre Pellegrino entrou em serviço em 09:00, aliviando Padre Mariano. Padre Pellegrino mais tarde fez um relato em audiotaped dos acontecimentos daquela noite.

Quando Padre Pio precisava de ajuda ele pressionava o botão de uma campainha, e o frade corria para ele. Padre Pellegrino declarou que naquela noite,"ele apertou o botão cerca de seis ou sete vezes entre nove e meia-noite. Ele continuamente perguntou que horas eram. Ele não conseguia dormir. Seus olhos estavam vermelhos de chorar. Era um choro doce e sereno. "

Meia-noite:

À meia-noite, como um menino assustado ele me pediu" Fique comigo, meu filho ", e continuou a perguntar pelas horas o tempo todo. E ele disse: "Rapaz, você ja rezou a missa?" Padre Pellegrino respondeu: "É muito cedo para rezar a missa" E Padre Pio disse:. "Bem, hoje você vai rezar a missa para mim".

Depois Padre Pio pediu para confessar, e no final ele disse a Padre Pellegrino: "Meu filho, se o Senhor hoje me chamar, pergunte a todos os frades em meu nome para me perdoar por colocá-los por um grande inconveniente, e peço aos meus irmãos frades e os meus filhos espirituais para uma oração para a minha alma ".



Em seguida, Padre Pellegrino pediu uma bênção para os irmãos, os filhos espirituais, e as pessoas doentes e Padre Pio disse: "Sim, eu abençoo todos eles, ou melhor ainda, peça ao Superior dar-se em meu nome " Casa Alívio ". esta última bênção. "

Então Padre Pio renovou sua profissão religiosa.

01:00




Padre Pellegrino relata: " Padre Pio me disse:" Ouça, meu filho, na cama eu não estou respirando bem. Deixe-me levantar. Na cadeira vou respirar melhor. " Ele se levantou e antes de se sentar na poltrona, ele disse: "Vamos no terraço". Para minha surpresa, ele estava andando em linha reta e firme como um jovem rapaz, e que não havia necessidade para mim para segurar seu braço. Depois de cinco minutos no terraço voltou o homem forte velho e pediu para voltar para sua cela. 

De volta à cela, ele tornou-se pálido, e na testa escorria um suor frio, e os lábios começaram a ficar azul, e ele dizia continuamente:" Gesu, Maria. Gesu, Maria ", com uma voz cada vez mais fraca. Eu queria pedir ajuda, mas ele disse: "Não acorde ninguém." Eu tentei deixá-lo e correr para pedir socorro, e ele disse novamente: "Você não acorda ninguém", eu disse: "agora eu tenho que ir. "E eu corri para chamar Padre Mariano e Frei Guglielmo, e os outros frades, e chamamos o doutor Sala no telefone, e ele estava com Padre Pio em cerca de dez minutos."


Dr. Sala deu uma injeção para melhorar a atividade cardíaca. Padre Pio continuou a pronunciar em voz muito débil: "Gesu, Maria. Gesu , Maria ", enquanto segurava o rosário em suas mãos. Dr. Sala ligou para Mario Pennelli, o genro de Padre Pio, Dr. Gusso e Dr. Giovanni Scarale. Nesse meio tempo eu tinha chamado o guardião, Padre Mariano, e todos os outros frades.

Padre Paolo Covino de San Giovanni Rotondo administrou a absolvição "sub conditione" , os últimos ritos, e a bênção apostólica, enquanto que todos os frades estavam ajoelhados em oração.

02:30

Aproximadamente as 2:30 de 23 de setembro de 1968, Padre Pio inclinou levemente a cabeça em seu peito e faleceu, sentado em sua poltrona.

No quarto de Padre Pio estavam Padre Carmelo Di Donato da San Giovanni in Galdo, Padre Pellegrino Funicelli, Padre Mariano Paladino, Padre Raffaele D'Addario da Sant'Elia um Pianisi, fra 'Joseph Martin e outros frades; Dr. Giuseppe Sala, Dr. Giuseppe Gusso, e Dr. Giovanni Scarale.

                        

                        


Os estigmas

Padre Pellegrino: "Durante a última missa, das mãos do Padre Pio caiu duas crostas das feridas, quase que perfeitamente branca."

Padre Carmelo, superior do convento: "Os últimos dois ou três meses de vida, as feridas se fecharam, com a diminuição da quantidade de sangue descarregada. Na sua morte, a ferida estava completamente curada, sem qualquer traço de cicatrizes.

Dr. Rina Giordanelli: "Os últimos meses durante a missa eu notei que a parte de trás das mãos do Padre Pio se tornou branco e liso. A palma das mãos era rosa. Continuei dizendo a Deus: "Por que você curou suas feridas ?

A ultima Missa de Padre Pio.


Em 22 de Setembro de 1968, São Padre Pio de Pietrelcina presidiu a sua ultima Missa poucas horas antes de morrer na madrugada do dia 23 de Setembro.

No final dos anos 60, Padre Pio teve alguns problemas de saúde mas apesar de seu cansaço e de sua fragilidade continuava Presidindo a Santa Missa e atendia cerca de 50 confissões diárias.

No dia 20 de Setembro de 1968 São Padre Pio completava 50 anos de ter recebido os Estigmas de Cristo pela primeira vez. Ele ia Presidir uma Missa Solene, mas pediu aos seus superiores para que presidissem uma Missa menor. No entanto, ao ver a quantidade de peregrinos vindo de todos os cantos dos Grupo de Oração espalhado no Mundo inteiro decidiu prosseguir com o seu plano original de Presidir uma Missa Solene. A Missa que vemos no vídeo acima.

Na madrugada do dia 23 de Setembro de 1968, já moribundo, chamou o seu superior para se confessar e renovar pela ultima vez os votos solenes de Pobreza, Obediência e Castidade. Segurando o seu Rosário, morreu vendo a Jesus e a Virgem Maria, e pronunciando "Jesus, Maria." "Jesus, Maria."

A causa de sua morte, foi um ataque ao coração.

Padre Pio nasceu na cidade de Pietrelcina, Itália, em 25 de de Maio de 1887. Seu nome era Francesco Forgione e tomou o nome de Frei Pio de Pietrelcina em honra a São Pio V, quando recebeu o hábito de Franciscano Capuchinho. Sua vida foi marcada por vários Milagres como Curas, levitação, podia ver as almas das pessoas, dom de bilocação...

Seu corpo foi enviado a Roma em Fevereiro deste ano, como parte do programa do Jubileu da Misericórdia. São Padre Pio foi Canonizado por São João Paulo II, quem o conheceu quando ainda estava vivo e de quem conseguiu graças para pessoas ligadas a ele.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Relato inédito da estigmatização do Padre Pio.


O Padre Pio de Pietrelcina recebeu em 1918 os estigmas de Jesus Crucificado, que em uma aparição o convidou a unir-se à sua Paixão para participar da salvação dos irmãos, em especial dos consagrados.

Este elemento particular foi conhecido graças à recente abertura dos arquivos do antigo Santo Ofício de 1939 (atual Congregação para a Doutrina da Fé), que custodiam as revelações secretas do frade sobre fatos e fenômenos nunca contados a ninguém. Agora saíram à luz no livro «Padre Pio sotto inchiesta. L’autobiografia segreta» (Pe. Pio indagado. A auto-biografia secreta, N. do T) Até hoje parecia, de fato, que o Padre Pio, por pudor ou talvez por considerar-se indigno dos extraordinários carismas recebidos, não teria revelado a ninguém o que aconteceu no dia de sua estigmatização.

Só existe um dado a respeito disso, que se encontra em uma carta enviada a seu diretor espiritual, o Pe. Benedetto de São Marco in Lamis, quando fala da aparição de um «misterioso personagem», mas sem deixar transluzir outros detalhes.O livro, que oferece pela primeira vez o informe na íntegra, redigido por Dom Raffaello Carlo Rossi, bispo de Volterra e Visitador Apostólico enviado pelo Santo Ofício para «inquirir» em secreto o Padre Pio, declara finalmente que o santo de Gargano teve um colóquio com Jesus crucificado. Dom Rossi foi o único representante de uma congregação vaticana encarregado de estudar os estigmas do Padre Pio. Ele se pronunciou favoravelmente, considerando que sua origem era divina, desmentindo ponto por ponto as hipóteses apresentadas pelo Pe. Agostino Gemelli, que definiu os estigmas como «fruto da sugestão».

Uma segunda fonte autobiográfica do Padre Pio, prestada sob juramento, foi acrescentada ao seu epistolário, oferecendo as chaves de leitura adequadas para conhecer a personalidade e a missão de «sacerdote associado à Paixão de Cristo» do frade com os estigmas.Chamado a responder jurando sobre o Evangelho, pouco depois dos fenômenos místicos, o Padre Pio revelou pela primeira vez a identidade daquele que o estigmatizou.Em 15 de junho de 1921, por volta das 17 horas, interrogado pelo bispo, o Padre Pio respondeu assim: «Em 20 de setembro de 1918, depois da celebração da Missa, ao entreter-me para fazer a ação de graças no Coro, em um momento fui assaltado por um grande tremor, depois voltei para a calma e vi NS (Nosso Senhor) com a postura de quem está na cruz».

«Não teria me impressionado se tivesse a Cruz, lamentando-se da falta de correspondência dos homens, especialmente dos consagrados a Ele e, por isso, mais favorecidos.» «Assim – continua seu relato – se manifestava que ele sofria e que desejava associar as almas à sua Paixão. Convidava-me a compenetrar-me com suas dores e a meditá-las: ao mesmo tempo, a ocupar-me da saúde dos irmãos. Imediatamente me senti cheio de compaixão pelas dores do Senhor e lhe perguntava o que podia fazer.» «Ouvi esta voz: ‘Eu te associo á minha Paixão’. E logo depois, desaparecida a visão, voltei a mim, recobrei a razão e vi estes sinais aqui, dos quais pingava sangue. Antes não tinha nada.»

O Padre Pio revela, portanto, que a estigmatização não foi resultado de um pedido seu, mas um convite do Senhor, que, lamentando-se da ingratidão dos homens, particularmente dos consagrados, tornava-o destinatário de uma missão, como cume de um caminho de preparação interior e mística.Por outro lado, explica o autor do livro, «o tema da falta de correspondência dos homens, particularmente daqueles que haviam sido mais favorecidos por Deus, não é novo nas revelações privadas do capuchinho».

De fato, o Padre Pio relatou que em uma aparição, no dia 7 de abril de 1913, Jesus, com «uma grande expressão de desgosto no rosto», olhando para uma multidão de sacerdotes, disse-lhe: «Eu estarei em agonia até o fim do mundo, por causa das almas mais beneficiadas por mim».



Fonte: https://saopio.wordpress.com/2008/10/01/relato-inedito-da-estigmatizacao-do-padre-pio/

Carta 510 – Padre Pio a Padre Bento Estigmas visíveis e permanentes.

Carta 510 – Padre Pio a Padre Bento. Estigmas visíveis e permanentes. San Giovanni Rotondo, 22/10/1918.


[Padre Pio com pouco mais de 31 anos de idade e 8 de sacerdócio]

... “ O que dizer-vos a respeito do que me pedis sobre como acontecera a minha crucifixão? Meu Deus, que confusão e humilhação experimento em dever manifestar aquilo que Tu operaste nesta tua mesquinha criatura!

Foi na manhã do dia 20 do mês passado (setembro) no coro, depois da celebração da Santa Missa, quando fui surpreendido pelo descanso, semelhante a um doce sono. Todos os sentidos internos e externos, bem como as próprias faculdades da alma encontraram-se numa quietude indescritível. Em tudo isto houve um total silêncio ao meu redor e dentro de mim; penetrou imediatamente uma grande paz e abandono à completa privação de tudo e a um descanso na própria ruína. Tudo isto aconteceu num relâmpago.

E, enquanto tudo isto acontecia, deparei com um misterioso personagem, semelhante àquele visto no dia 5 de agosto, diferente apenas só por ter as mãos, os pés e o lado gotejando sangue. A vista dele aterrorizou-me; o que sentia em mim no momento não sei dizer-lho. Sentia-me morrer e teria morrido, se o Senhor não tivesse intervindo para sustentar o coração, que percebia saltar-me do peito.

A visão do personagem desaparece e eu me encontrei com mãos, pés e lado perfurados e vertendo sangue. Imaginai o tormento que provei então e que prossigo sentindo continuamente quase todos os dias.

A ferida do coração verte sangue freqüentemente, especialmente de quinta-feira de tarde até o sábado. Padre meu, eu morro de dor pelo tormento e pela subseqüente confusão que experimento no íntimo da alma. Temo morrer dessangrado, se o Senhor não atende aos gemidos do meu pobre coração, retirando de mim esta operação. Jesus, que é tão bom, far-me-á esta graça?

Tirará de mim ao menos esta confusão que experimento por estes sinais externos? Elevarei fortemente a minha voz a Ele e não desistirei de implorá-lo para que, por sua misericórdia, retire de mim não o tormento, não a dor, porque dou-me conta ser isso impossível e eu sinto o desejo de inebriar-me de dor, mas estes sinais externos que me são causa duma confusão e duma humilhação indescritível e insustentável.

O personagem sobre o qual pretendia falar-lhe numa carta precedente não é outro senão aquele mesmo de que vos falei numa outra carta, visto no dia 5 de agosto. Ele prossegue na sua operação sem parar, com superlativo tormento da alma. Sinto no meu interior um contínuo rumorejar, semelhante a uma cascata, que continuamente jorra sangue. Meu Deus! É justo o castigo e reto o juízo, mas usa de misericórdia para comigo. Domine, dir-te-ei sempre com o teu profeta: Domine, ne in furore tuo arguas me, neque in ira tua corripias me! (Ps. 6,2; 37,1- Traduzindo: Senhor, dir-te-ei com o teu profeta; Senhor, não me castigues com tua ira, não me corrijas com teu furor!). Padre meu, agora que todo o meu interior vos é conhecido, dignai-vos fazer-me chegar a palavra do conforto, no meio de tão feroz e dura amargura” ... (Epistolario I, 1093 ss).

Carta 515 – Padre Pio a Padre BentoS. Giovanni Rotondo, 20/12/1918

... “Padre, o tormento que sinto no ânimo e no corpo em conseqüência das operações acontecidas e que perduram sempre, quando terão fim? Meu Deus, padre meu, eu não agüento mais. Sinto-me morrer de mil mortes e a cada instante. Sinto estar sendo devorado por uma força misteriosa, íntima e penetrante que me mantém sempre num doce, mas dolorosíssimo delíquio. O que é isto? Lamentar-se com Deus de tanta dureza, é culpa? E se é culpa, como se pode sufocar estes lamentos quando uma força à qual não se pode resistir, me impele sem podê-la frear de maneira alguma, a lamentar-me com o doce Senhor?

Há mais dias, experimento em mim uma coisa semelhante a uma lâmina de ferro que da parte baixa do coração se estende até o ombro direito em linha transversal. Causa-me uma dor muitíssimo pungente e não me deixa provar um pouco de descanso. O que é isso?

Este novo fenômeno comecei a percebê-lo depois de uma outra aparição daquele costumeiro personagem misterioso de cinco e seis de agosto e de 20 de outubro (Nota Bene: Padre Pio aqui se engana quanto ao mês: deve ser 20 de setembro e não de outubro), do qual vos falei, se vos recordais, noutras minhas cartas.
Dizei-me tudo na vossa resposta e tranqüilizai-me” ... (Epistolario I, p. 1105 s).


Neste outro trecho de uma carta do Padre Bento ao Padre Agostinho, podemos ter mais uma certeza e testemunho dos Estigmas do Padre Pio.

Nota 4 da carta 527 -. (Carta do Padre Bento ao Padre Agostinho):


“No dia 5 de março de 1919, Quarta-feira de cinzas, Padre Bento, depois de ter estado por alguns dias em San Giovanni Rotondo, escrevia desde Foggia ao Pe. Agostinho, e, entre outras coisas, dizia-lhe: “Teresa não se preocupou em ver no Piuccio o que fornece matéria de peregrinação de San Giovanni a São Marcos. Nele não são manchas ou sinais, mas verdadeiras chagas que perfuram as mãos e os pés. Eu, ademais, observei-lhe aquela do lado: um verdadeiro rasgão que verte continuamente sangue ou humor sangüíneo. Na Sexta-feira é sangue. Encontrei-o que mal se mantinha de pé: mas, ao deixá-lo, ele podia celebrar, e quando reza a missa, o dom fica exposto ao público, pois deve manter as mãos elevadas e nuas.” ( Epistolario I, p. 1129, nota 4).

Eis como apareceram aos poucos, os Estigmas em Padre Pio.



Padre Pio recebeu primeiramente os Estigmas de forma invisíveis no dia 20 de Setembro de 1910. Abaixo, temos alguns trechos de Cartas do Padre Pio a seus diretores espirituais. Os Padres; Bento e Agostinho. Vejamos:

Carta 44 - Padre Pio a Padre Bento.
Pietrelcina, 08 de setembro de 1911 
[Padre Pio com pouco mais de 24 anos de idade e 1 de sacerdócio].

... ”Ontem de tarde aconteceu-me uma coisa que não sei explicar e nem compreender. No meio da palma das mãos apareceu um pouco de vermelho quase do tamanho duma moeda, acompanhado também de uma forte e aguda dor no meio daquele pouco de vermelho. Esta dor era mais sensível no meio da mão esquerda, de tal forma que permanece até agora. Também debaixo dos pés sinto um pouco de dor.

Este fenômeno há quase um ano que se repete (logo, os estigmas tiveram início em setembro de 1910), porém agora, já fazia algum tempo que não o sentia. Não se inquiete, porém, se agora, pela primeira vez, lho revelo; porque fui sempre vencido por aquela maldita vergonha. Também agora, se soubesse quanta violência tive que me fazer para dizer-lho! Muitas coisas teria para dizer-lhe, mas falta-me a palavra; digo-lhe somente que as batidas do coração, quando me encontro com Jesus Sacramentado, são muito fortes. Parece-me, às vezes, que queira até saltar-me do peito.

No altar, às vezes, sinto-me tomado de tal calor em toda a pessoa, que não consigo descrever-lho. A vista especialmente parece-me que queira transformar-se toda em fogo. Que sinais sejam esses, padre meu, ignoro-o”... (Epistolario. I, p. 234).

Carta 69 – Padre Pio a Padre Agostinho.
Pietrelcina, 21 de março de 1912.

... “Desde quinta-feira de tarde até sábado, como também na terça-feira é uma tragédia dolorosa para mim. O coração, as mãos e os pés parecem-me que são traspassados por uma espada; tal é a dor que sinto” ... [Nota: aqui Padre Pio não fala expressamente de estigmas, mas as dores estão localizadas exatamente no local dos estigmas]. (Epistolário I, p. 267).

Carta 287 – Padre Agostinho a Padre Pio.
S. Marco la Catola, 30 de setembro de 1915
[ Padre Pio com pouco mais de 28 anos de idade. - Padre Agostinho faz-lhe três perguntas]. 

... “Diz-me: 1º. Desde quando Jesus começou a favorecer-te com celestes visões? 2º. Concedeu-te o dom inefável dos santos estigmas, embora invisíveis? 3º. Fez-te provar e quantas vezes a sua coroação de espinhos e a sua flagelação? Julgo não parecer curioso, pois Jesus vê minha intenção. Tu deves rezar a Ele e responder-me e, embora eu esteja resignado a quanto Jesus quer, insisto e peço uma resposta” ... (Epistolario I, p. 659).

Carta 288 – Padre Pio a Padre Agostinho
Pietrelcina, 4 de outubro de 1915.
[Padre Pio esquiva-se de responder àquelas perguntas].

... “Perdoai-me se não apresento resposta àquelas interrogações que me tendes feito na última vossa. Para dizer-vos a verdade, sinto uma grande repugnância ao escrever sobre essas coisas. Não se poderia, ó padre, contemporizar de momento em dar satisfação às vossas perguntas?” ... (Epistolario I , p. 663).

Carta 289 - Padre Agostinho a Padre Pio 
S.Marco la Catola, 07 de outubro de 1915.
[Padre Agostinho insiste em obter resposta].

... “Pedes-me, enfim, para contemporizar nas respostas aos meus quesitos. Para dizer a verdade, eu sinto no coração o dever de insistir: creio que esta insistência não desagradará a Jesus, nem deves continuar sentindo repugnância em obedecer, porque, não duvides, tudo redundará para glória de Deus e salvação nossa. Caso o desejes, responde-me por meio duma carta reservada: Jesus me fará manter o segredo; tu sabes que nunca falei a não ser a almas às quais Jesus quer e quando Jesus o quer. Porque, então, tanta relutância? Tu deves ser sincero, deves dizer-me tudo: melhor, roga a Jesus que te faça revelar-me também qualquer outra coisa que eu não sei ou não me ocorre pedir-te. Jesus te ajude e te abençoe” ... (Epistolario. I, p. 665 s). 

Carta 290 - Padre Pio a Padre Agostinho.
Pietrelcina, 10 de outubro de 1915.
[ Padre Pio enfim responde às perguntas do diretor espiritual].

...”Em vossa decidida vontade de saber ou melhor de receber resposta àquelas interrogações, não posso não reconhecer a expressa vontade de Deus, e com mão trêmula e coração trasbordante de dor, ignorando a verdadeira causa disso, disponho-me a obedecer-vos.

Pela primeira vossa pergunta, quereis saber quando Jesus começou a favorecer a sua pobre criatura com celestes visões. Se não me engano, estas devem ter iniciado não muito depois do noviciado (nota: noviciado feito de janeiro 1903 a janeiro 1904, entre 16 e 17 anos de idade).

A segunda pergunta é se lhe concedeu o dom inefável dos seus santos estigmas.
A isto deve-se responder afirmativamente, e a primeira vez que Jesus quis digná-lo deste seu favor, foram visíveis, especialmente numa mão, e sendo que esta alma, em razão de tal fenômeno ficou estarrecida, rogou ao Senhor que lhe retirasse um tal fenômeno visível. Daquele momento não apareceram mais: porém, desaparecidas as chagas, nem por isso desapareceu a dor agudíssima que se faz sentir, em especial em alguma circunstância e em determinados dias.

A terceira e última vossa pergunta é: se o Senhor lhe fez provar, e quantas vezes, a sua coroação de espinhos e sua flagelação. A resposta também a esta pergunta deve ser afirmativa; quanto ao número não saberia determiná-lo. Somente o que posso dizer-lhe é que esta alma, há vários anos, padece isso, e quase uma vez por semana.
Parece-me ter-vos obedecido, não é verdade?” ... (Epistolario I, p. 669).



Carta 500 – Padre Pio a Padre Bento
San Giovanni Rotondo, 21 de agosto de 1918.

[Transverberação: 5 a 7 de agosto de 1918 – Padre Pio com pouco mais de 31 anos de idade e 8 de ordenação sacerdotal. Nota: Trata-se duma longa carta dirigida tanto ao Padre Bento como ao Padre Agostinho (com pequenas variantes), pela qual se mostra extremamente angustiado, desolado...]

“... Estou cansado de tanto cansar os guias e os suportes e somente a obediência me serve de amparo para não me abandonar a um abandono completo. Em força desta (obediência) sinto-me induzido a manifestar-vos o que me aconteceu no dia cinco à tarde até o dia seis do corrente. 

Não consigo dizer-vos o que me aconteceu neste período de superlativo martírio. Estava confessando os nossos rapazes (seminaristas capuchinhos) na tarde do dia cinco, quando repentinamente fui tomado por um extremo terror à vista dum personagem celeste que se me apresenta diante do olho da inteligência. Tinha na mão uma espécie de instrumento, semelhante a uma longuíssima lâmina de ferro com uma ponta bem afiada, de cuja ponta parecia lançar fogo.

Ver tudo isso e observar o dito personagem jogar com toda a violência o supracitado instrumento na alma, foi tudo uma coisa só. Com dificuldade emiti um lamento, sentia-me morrer. Disse ao rapaz que se retirasse, porque me sentia mal e não tinha mais forças para continuar.

Este martírio durou, sem interrupção, até a manhã do dia sete. O que sofri neste período tão lutuoso não sei dize-lo. Percebia que até as vísceras eram rasgadas e estraçalhadas com aquele instrumento, e tudo era metido a ferro e fogo. Daquele dia para cá me sinto ferido de morte. Sinto no mais íntimo da alma uma ferida que está sempre aberta, que me causa espasmos constantes.

Não é esta uma nova punição que me é imposta pela justiça divina? Julgai-o vós quanto de verdade há nisto e se eu não tenho todas as razões para temer e de estar numa extrema angústia” ... (Epistolario I, p. 1065 s).

NOTA BENE: 1.“Transverberação, por alguns chamada “assalto do Serafim”, é uma graça santificadora. De acordo com a clássica doutrina de São João da Cruz, a alma “incendiada de amor de Deus” é “interiormente tomada de assalto por um Serafim”, o qual, queimando-a, “traspassa-a até o intimo com um dardo de fogo”. A alma assim ferida é tomada por uma suavidade deliciosíssima, Santa Teresa de Jesus foi protagonista deste extraordinário fenômeno. Também o Padre Pio (como descrito acima). (Epistolario I, p. 148-149). [NOTA: “Após a morte de Santa Teresa de Ávila, seu corpo foi autopsiado, e então a ciência pôde comprovar que o coração estava realmente ferido por um dardo, porém cicatrizado. Hoje ele se conserva numa pequena igreja dos Carmelitas descalços, em Alba de Tomes (Espanha). Antes do Padre Pio, aquele era tido como o caso mais importante de transverberação, codificado nos tratados de teologia mística por São João da Cruz, discípulo de Santa Teresa” – Em Padre Pio, o Santo do Terceiro Milênio, Olivo Cesca, 2ª edição, p. 103, nota 9].
2. Estigmatização: “A transverberação no Padre Pio foi como o prelúdio da estigmatização. Enquanto a primeira é uma graça santificadora, a segunda é antes carismática, concedida por Deus em vantagem dos outros. No nosso caso pode-se também considerá-la como chaga de amor, porque é, por assim dizer, o complemento, a exteriorização e a projeção da ferida da alma” (Epistolario I, p. 152).

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Padre Gabriele Amorth esclarece os Estigmas de Padre Pio.



(Padre Gabriel Amorth foi exorcista oficial do Vaticano. Faleceu aos 91 anos dia 16/09/2016)
As pessoas eram desconcertadas: se o Senhor havia usado em Padre Pio aqueles sinais visíveis da Paixão, não seria um grande convite correr a ele, como modelo de imitação de Cristo?

Naquele ano, eu escrevia todas as semanas na Famiglia Cristiana (Família Cristã). O diretor, meu confrade, Pe. Zelli, sabia que eu era um assíduo de Padre Pio. Disse-me: “É hora de falar claro. Escreva um amigo equilibrado e bem fundamentado; o publicarei nas duas primeiras páginas, as mais qualificadas da revista”.

Assim escrevi meu artigo, que foi publicado em 23 de novembro de 1958, com o título bastante provocativo:

“Em resumo, duvidamos ou não acreditamos em Padre Pio?”

Não se pode negar, a principio, a possibilidade do estigma.

Na história da Igreja encontramos cerca de 340 pessoas que o haviam recebido; umas oitenta dessas são canonizadas, às quais não há dúvidas de sua bondade e sinceridade quanto ao tema. Tenta-se entender porque Deus manda estes males, que significado têm. Provavelmente para recordar aos homens o valor redentor da dor e convidar-los a meditar a Paixão do Salvador. Mas não se pode negar que, o sujeito que a carrega, pode nos mostrar um confirmação plena da imagem de Jesus. Talvez este aspecto, que é claro para nós, passe despercebido em Padre Pio.

Para Padre Pio os estigmas são qualquer coisa que não suas; não se referem a ele, são somente valores para recordar o sofrimento do Senhor. Conseqüentemente deixa-se beijar, como se deveria uma imagem sacra; direi que nele há uma grande veneração.

Na realidade são uma imagem do Crucificado não esculpida na madeira ou reproduzida em uma tela, mais impressa em sua carne viva.

A Igreja se pronuncia abertamente pela verdadeira história e características sobrenaturais do estigma de São Francisco, que havia sido o primeiro a receber de Deus aquele sinal de dor, semelhante ao de Jesus Cristo. Tem sido precisamente assim – especialmente nos últimos anos – os critérios de base sobre os quais torna-se possível reconhecer ao menos a presença de um estigma verdadeiro, ou seja, baseado em características sobrenaturais.

Na teoria, os princípios são claros; mas na prática, sim, precisa-se proceder com muita cautela neste assunto, ao aplicar esses princípios, especialmente quando se trata de uma pessoa viva.

Apesar de tudo, acreditamos que, com relação ao Padre Pio, possa ser dado um parecer. Outros ilustres teólogos já se pronunciaram a respeito: todos nós nos rendemos à evidência de que não se trata de um “novo acontecimento”, para o qual é apropriado duvidar, mas trata-se de uma pessoa conhecidíssima, controladíssima, com setenta e um anos (Padre Pio nasceu em 25 de março de 1887) e que há quarenta anos carrega o estigma; conseqüentemente já há uma prova de tempo que, de modo não definitivo, legitima um julgamento a título pessoal.

Só o fato que Padre Pio tenha o estigma, não é discutível. São testes médicos precisos e publicados; é uma verdade verificável em qualquer momento.

Vejamos antes se podemos pensar que a origem de tais feridas é sobrenatural. Os critérios nos quais deve se basear são estes cinco:

1. O estigma deve ser verdadeiro e adequado á ferida, importantes modificações do tecidos e localizado onde eram as feridas de Cristo (aproximadamente, tratando-se de ferida mística não importa se, até o detalhe secundário, respeita a verdade histórica comum na crença; o que quero dizer é que não importa se as feridas são no pulso ou na palma da mão, se a ferida é natural quando encontrada, diferentemente, em qualquer outra parte do corpo.

2. Deve aparecer instantaneamente; em geral causa dor aguda no dia, que recorda a Paixão do Senhor, como na Sexta-feira e na Semana Santa. Ao contrário: a dor pela ferida natural depende da situação atmosférica; portanto não há nenhum respeito pelo calendário litúrgico.

3. No verdadeiro estigma há ausência de fatos supurativos: nenhuma podridão, nenhum odor fétido, etc. Quando as lesões naturais prolongadas não são desinfetadas, dão origem a supurações e podem causar gangrena.

4. Os estigmas são acompanhados de contínua hemorragia. Não são como outras feridas.

5. Os estigmas permanecem inalterados, imunes a todo tratamento médico; não se alteram por remédio terapêutico nem por tratamentos; duram até muitos anos. As outras feridas, medicadas, cicatrizam-se.

A ferida de Padre Pio responde a todos esses requisitos.

É verdade que muitos médicos racionalistas haviam tentado demonstrar por vias naturais (sugestionamento, histerismo, fixação, etc.) a estigmatização. Mas foram sues testes que negaram, através de exames feitos, a inexistência de fatos sobrenaturais: todos os argumentos não são reconhecidos cientificamente. Muitos deles, tratando de forma patológica a situação, tentaram demonstrar tratar-se de pessoa histérica ou anormal (como realmente acontece quando se trata de coisas como esta).

O contrário ocorre, porém, em tipos como Padre Pio, pleno de bom senso e de sã atividade, demonstrando ótimas condições psicológicas. Assim narra um jovem médico americano que disse ao padre:

“Eu não acredito nos seus estigmas; eles só aparecem porque você pensava muito fixamente no estigma de Cristo”.

E o bom frei lhe respondeu com um sorriso bondoso:

“Muito bem, filho; pensa intensamente ser um boi; verá que te nascerão chifres”. Uma boa resposta para persuadir naquele doutorzinho.

Se a situação é tão clara, porque a Igreja não se pronuncia?

Porque há um outro motivo.

O Senhor dá esta graça a alguém que pratica a heróica virtude e que, sozinho, também recebe outros dons sobrenaturais, como êxtase, bilocação, etc.

Notemos bem: se os estigmas são uma prova de santidade, a Igreja espera ver a santidade como prova do estigma. E a santidade não consiste num dom especial de Deus, que poderia dar a qualquer um a vantagem da fidelidade; mas este é um exercício de virtude em grau heróico e com perseverança. Conseqüentemente, somente depois da morte se pode ter controle: enquanto estamos vivos, corremos todos os riscos de cair a qualquer momento, qualquer que seja de nosso grau de união com Deus.

É por isso que a Igreja não se pronuncia.

Mas isso não quer dizer que não possamos ter convicção sobre o Padre Pio: sobre isso nós temos todos os direitos. É permitido admirar nele os prodígios da graça, como é permitido “não crer”; não é nenhum pecado! Mas ainda nesse juízo pessoal não devemos seguir o capricho ou os rumores.

O Evangelho sugere esta regra: “Pelos frutos se conhece a planta; se os frutos são bons, a planta é boa”. Que seja assim o juízo que façamos, observando a paciência de Padre Pio, sua caridade, sua aceitação da dor, sua vida santa dedicada somente em fazer o bem.

Não há quem não conheça historias de conversões, retornos à Igreja, vidas transformadas pelo encontro com o padre. São fatos que não podemos tratar com indiferença; como as curas, etc. Também nos sentimos irritados pelo excessivo entusiasmo de uns ou fanatismo de outros.

O Papa Pio XI fez uma certa visita ao padre e fez parecer ser contra. Mas não foi uma opinião oficial e muito menos irrevogável. Foi uma opinião como tantas, expressa por um médico que fez o exame de outro médico. Com todo o respeito pela categoria, Pio XI era desconhecedor dessas coisas. Ao contrário, se sabe que no dia da beatificação de Santa Teresa de Lisieux Padre Pio foi visto presente em São Pedro (mesmo estando em San Giovanni Rotondo); um outro monsenhor testemunhou o fato, contou ao Papa, acrescentando que também D. Orione havia visto. E o Papa respondeu: “Se Dom Orione também o viu, sim, acredito”.

Na conclusão: porque somos livres, pensemos também com nossa cabeça. Mas usando o raciocínio razoável que deve sempre caracterizar um homem. É absurdo, depois de tantos anos de provas e tantos testemunhos importante, negar os fatos e jogar um parecer inventado em um homem como Padre Pio. É um homem de Deus, um “grande Sacerdote”, no pleno exercício do ministério em que há repercussão mundial.

Ninguém pode se contentar com isso, perceba que são reconhecidos nele outros carismas sobrenaturais e o apreço de um instrumento do Senhor pela graça extraordinária; relembre da Missa de fé que acontece em San Giovanni Rotondo, nas elevadas personalidades eclesiásticas e civis que se voltaram a ele, e se sentirá em boa companhia”.



Fonte: https://saopio.wordpress.com/2008/04/03/sobre-os-estigmas-padre-gabriele-amorth-esclarece/